
Se algo nos surpreendia, era o carinho quase religioso com que os fãs de Dulce María (desde o México e América Latina, até a Europa e arredores) expressavam por ela. Milhares e milhares de tweets e comentários no Facebook que não se cansavam de dizer o quanto que essa cantora e atriz inspirou-os a viver ao máximo.
Quando começamos a entrevista (ela com uma atitude leve e radiante, é claro), notei que falava de seus fãs com muito carinho, quase como se estivesse falando anedotas de uma família com a qual ama conviver. E o que mais lhe emocionava de seu novo lançamento discográfico, não eram só os novos detalhes em que trabalhou, mas para mostrar ao mundo sua nova atitude (e novo visual!).
No final da conversa, eu não tinha dúvidas do porque tem admiradores em muitas partes do mundo: se a música é uma linguagem universal, Dulce María aprendeu a torná-la seu primeiro idioma. Isso foi o que nos disse.
Conversamos um pouco sobre seu novo projeto musical. Estamos bastante animados! E seus fãs nem se fala…
Venho preparando há mais ou menos um ano; tem sido um processo longo e cansativo, mas tenho aproveitado bastante. Foi um desafio, porque eu estive envolvida em todos os passos, desde buscar o conceito até a produção. Tem várias composições minhas que fui escrevendo pouco a pouco, e outras que trabalhei com meus amigos compositores. Algumas músicas foram gravadas na Espanha e as restantes terminamos aqui no México.
O melhor (e o mais inovador) é que Dudu, um produtor brasileiro muito bom, ajudou com duas músicas que, posso garantir sem medo algum, surpreenderá a todos totalmente, pois fundimos gêneros, colocamos novos instrumentos (acordeão, trompete…) e colocamos detalhes bastante glamurosos. A maior parte do disco mostra pop puro e divertido, mas há três músicas muito especiais que não posso esperar para que cheguem em seus ouvidos.
O ponto de fazer isso, é que sou orgulhosamente mexicana e – vendo que tantas pessoas gostam de mim na América Latina – pareceu importante levar esse sabor do meu país a outros lugares do mundo, aproveitar tudo o que temos nacionalmente. Por outra parte, menciono o Brasil porque na zona norte de lá fazem algo bastante parecido a banda, então quis experimentar a mistura de gêneros similares, mas de diferentes lugares.
Outra surpresa é que tive algumas colaborações, com uma garota do Brasil e com Julión Álvarez, que os latinos dos Estados Unidos amam, e tivemos um resultado muito interessante. Enfim, há mais surpresas que estou segura que fascinará a todos. O álbum tem muito da minha história, minha nova perspectiva sobre a vida e um pouco de humor.
Em que coisas e experiências você se inspirou para a realização deste disco?
Parte do desafio consistiu em que não queria repetir o passado. Extranjera foi meu primeiro trabalho e estava muito nova em fazer tudo sozinha. Era romântico e mais nostálgico. Agora falo de músicas mais fortes e atrevidas. Vejo cada música como uma história, baseando-me em experiências próprias, dos meus fãs e meus amigos. Ao final, me dei conta que todos vemos as mesmas coisas. Procurei projetar de uma maneira mais universal as histórias e os sentimentos, para que todos se identifiquem.
Quais obstáculos você enfrenta agora, para acabar com esse lado sonhador?
Sempre disse que não precisa deixar de acreditar, que deve ter aspirações e lutar pelos seus sonhos. Mas com o tempo aprende que algumas coisas não dependem de você; há fatores que, por mais que tenha fé e lute, quem sabe não estavam destinadas a você. Mas não deve ser como algo tão negativo.
Enquanto você vai pelo caminho, você percebe que esse sonho que almejas não é o melhor, mas sempre haverá algo. Esse é meu obstáculo, me dar conta de que algumas coisas não são para mim. É como o amor, onde a pessoa que acredita amar não te corresponde… mas você deve perceber que haverá alguém especial. Uma frase nos diz: “Aponta até a lua e se não chegas, pousarás nas estrelas”. Eu interpreto como que deve ter um final, mas que não te surpreenda terminar em outro lado, e seguro, é melhor para você.
Você deve ser objetivo e colocar na cabeça que as coisas sairão como deve ser, em todas as áreas da sua vida. Quando você é muito idealista tudo decepciona, pois você se dá conta que a vida não é tão simples. Por isso tem que aproveitar o real, o que se pode ver e tocar. E mais do que apreciá-lo, é preciso valorizar-lo bastante.
Você sente falta da privacidade que oferece o anonimato? Ou gosta de tirar fotos com os fãs a todo momento?
Obviamente, o segundo é algo que depende do seu humor, pois todos somos seres humanos e temos as mesmas necessidades. Podemos estar bem, não estar bem, nos machucamos, estamos tristes… tudo nos acontece. É difícil fazer com que as pessoas entendam que você não é um robô e, talvez, não vão te ver como na revista, com um sorriso eterno. É muita pressão para não querer decepcionar os admiradores, você não quer estar triste quando te pedem um autógrafo, nem sair com olhos chorosos em uma foto.
No entanto, eu sei que é parte do trabalho e agradeço muito que me digam que as letras chegam em seus corações. São contrastes: é bonito ser capaz de poder chegar a mais pessoas, mas por outro lado, é muita difícil ficar bem com todos. Mas que fique registrado que procuro pôr todo meus esforço para que funcione.
Confira as fotos do photoshoot feito para a Revista na nossa galeria:
:: Fonte: Glamour.mx
:: Tradução e Adaptação: DulceBrasil.com