
Com o final da telenovela Triunfo del Amor, o que não faltaram foram críticas, tanto positivas como negativas. Trazemos pra vocês uma das mais importantes, traduzida para o português. Confira:
“Até nunca, Triunfo del Amor” por Álvaro Cueva.
Quanto terminei de ver o final de “Triunfo Del Amor”, no domingo passado, caí em uma profundo depressão de nervos. O que está acontecendo com a televisão deste país? O que estamos dando as novas gerações? Porque ninguém diz nada? Foi um desgosto. Um desgosto!
Se não tivesse visto, não teria acreditado. Fiquei paralisado em frente da televisão por um longo tempo. Muitas idéias passaram por minha mente, desde a ausência da autocrítica dos homens da Televisa até o patético nível educativo de nossa população. Queria morrer, realmente me afetou e me aconteceu de perguntar no twitter e facebook: O que fazer depois de finais como o de Triunfo del Amor?
A esta hora da noite, o que eu menos esperava era que alguém tivesse a disposição de me responder, mas não, muitas pessoas fizeram isso e todavia ontem ainda segui recebendo mensagens que, literalmente, diziam: “Suicidar-se”, “dar graças a Deus”, “chorar”, “esquecer por completo que existiu”, “disparar nos atores”, “vomitar”, “desligar a televisão”, “ir viver fora do país”, “jurar nunca mais ver novelas” e “ofender a mãe deles”.
No capítulo final não havia nada parecido com uma estrutura dramática. Os espectadores deste país não são tontos. Então porque nos colocam essas sujeiras? Não me custa nada entender porque funciona: os programas no melhor dia, o melhor horário, com toneladas de publicidade e sem nenhuma competência.
Mas porque não colocam um pouquinho de vontade? Sim, eu sei que certas emissoras tem o êxito garantido e que, com essa situação, mais vale cortar custos e neurônios, mas onde ficam o orgulho e os valores?
O final de Triunfo Del Amor foi uma “papada”. Não tinha nada parecido com uma estrutura dramática, a criação de um suspense, a resolução de um conflito. Nada! À Bernarda a matam com veneno, a assassinam explodindo seu carro, somem com ela fazendo explodir seu avião (com uns efeitos especiais como os de “O chapolin colorado”).
Se nota que a única coisa boa da telenovela foi Daniela Romo. Sim, ela, eu juro que aquilo foi o máximo do desespero.
Acabou “El privilegio de Amar” certo? Por isso preciso que Carla Estrada volte as gravações. Alguém tem que relembrar essa gente o que deve ser televisão.
Se deram conta do retrocesso que “Triunfo del Amor” significou para a carreira de Maite Perroni ou do mal que ficou William Levy depois de ter sido o homem mais cotado da indústria de entretenimento do nosso país?
Até minha adorada Carmen Salinas, caramba! Não é justo. Esta cena do lago, nos últimos minutos, foi para cada um imaginar o que quisesse.
Eu pensei que era o esgoto e que os protagonistas juvenis desta história terminariam sendo devorados pela matéria fecal, que das profundezas daquele lago emergiria um monstro que os despedaçaria com luxo de violência. Pensei qualquer coisa, mas pude pensar, porque experiências como essa, definitivamente afetam o cérebro, são nocivas a saúde.
E você acha o que? De verdade se emocionou muito com o capítulo final deste remake? Se sentiu satisfeito, como mexicano, desta colaboração a cultura das novelas internacionais?
Álvaro Cueva é um dos críticos de televisão mais lido e respeitado do México. Já escreveu mais de 3 mil artigos e revistas desde 1987. Atualmente é colaborador do “Proyecto 40”, Radio Fórmula, Radio de Monterrey, publica seus artigos no Milênio Diário, nas revistas Telemundo, BusinesStyle e Onexpo, e em sua própria página da internet, dando também acessórias, conferências e seminários.
E você, concorda com algum ponto de vista da crítica?
:: Créditos: Milenio.com
:: Tradução: MaiteMvp.com